O Grupo Altri, através da Caima, Celbi e Biotek, alcançou uma produção de 852,1 mil toneladas de fibras celulósicas, ligeiramente abaixo do semestre homólogo (-1,6%) dada a paragem programada da Biotek em maio. No terceiro trimestre, a produção atingiu as 289,7 mil toneladas.
Em termos de vendas, a descida homóloga (-2.4%) ficou em linha com a nível de produção, cifrando-se em 863 mil toneladas. Atingiram cerca de 274,0 mil tons no terceiro trimestre, um valor 5,2% abaixo do trimestre homólogo, tendo permitido melhorar o nível de stocks do Grupo.
Tendo em conta a manutenção de preços elevados das fibras celulósicas, as receitas totais do Grupo Altri alcançaram, neste contexto, os 805,9 milhões de euros, um crescimento de 37,7% face aos nove meses de 2021, alcançando os 284,1 milhões, um aumento homólogo de 30,6%, no terceiro trimestre.
O EBITDA atingiu 223,4 milhões de euros nos nove meses, um aumento de 25,4% face ao período homólogo, cifrando-se em 92,6 milhões (+16,4%) no trimestre. No terceiro trimestre, o EBITDA por tonelada de pasta atingiu os 338 euros, um nível recorde na história do Grupo Altri, mostrando o foco na eficiência e rentabilidade.
“São números positivos aqueles que aqui apresentamos, mas saliento que foram alcançados num ambiente desafiante, especificamente no que diz respeito à inflação dos vários custos variáveis. Aumentos significativos foram registados no preço do gás natural assim como nos químicos. O custo médio da madeira foi mais elevado em grande parte refletindo o maior nível de importação”, diz José Soares de Pina, CEO da Altri.
Fruto deste desempenho, o resultado líquido das operações continuadas do Grupo Altri atingiu os 117,4 milhões de euros no acumulado do ano, um aumento homólogo de 29,9%. No terceiro trimestre, o resultado líquido ascendeu a 47,7 milhões de euros, um crescimento moderado (+3,8%) explicado pela evolução negativa dos hedges cambiais com o dólar, registados em resultados financeiros, e o aumento da taxa de imposto efetiva no trimestre.
Preços suportados por stocks reduzidos
Grande parte da produção de fibras celulósicas do Grupo Altri tem como destino mercados estrangeiros. Do total das vendas realizadas, 86% teve como destino a exportação, procurando dar resposta ao crescimento da procura internacional.
A procura por fibras celulósicas cresceu 3,6% face ao período homólogo, com a procura por Pasta Hardwood a crescer a um ritmo mais acelerado, de 6,5%. Para esta evolução contribuiu a Europa Ocidental (+6,7%) e a China (+3,9%), que acelerou no terceiro trimestre depois de apresentar níveis de procura negativos no primeiro semestre. O Japão (+19%) e o resto da Ásia/Africa (+14%) mantêm níveis saudáveis de crescimento.
Esta evolução positiva, conjugada com o nível de stocks nos Portos Europeus, que continua a valores bastante abaixo das médias dos últimos anos durante o terceiro trimestre, tendo chegado ao nível mais baixo dos últimos cinco anos no mês de julho de 2022, impacta positivamente nos preços das fibras curtas (BHKP), que se mantiveram nos 1.380 dólares/tonelada durante o terceiro trimestre.
Investimento mais do que duplica
Durante os primeiros nove meses de 2022, fruto da estratégia reforço contínuo da eficiência das suas operações, tendo sempre o desenvolvimento sustentável como objetivo, o Grupo Altri mais do que duplicou o investimento realizado.
O investimento líquido atingiu os 34,8 milhões de euros, o que compara com 16,8 milhões no período homólogo, onde se incluem cerca de 9,7 milhões relacionados com a nova caldeira de biomassa para a Caima. No terceiro trimestre o investimento realizado foi de 16 milhões.
Apesar disso, “mantemos um nível baixo de dívida líquida (1,3x o EBITDA) que nos permite manter a capacidade financeira para considerar as oportunidades da bioeconomia”, refere o CEO da Altri, salientando que o Grupo continua “totalmente empenhado na avaliação de uma nova unidade industrial para a produção de fibras têxteis sustentáveis na Galiza”.