O Grupo Altri registou um resultado líquido de 42,8 milhões de euros no acumulado de 2023, um ano atípico no mercado das fibras celulósicas, marcado por uma das mudanças de ciclo mais repentinas em mais de uma década.
Perante o abrandamento do crescimento da procura global fruto do processo de destocking na Europa e na América do Norte, seguido, na segunda metade do ano, de uma melhoria das perspetivas em resultado da forte recuperação do mercado asiático, os lucros apresentaram um decréscimo homólogo de 71,9%.
“Durante o ano de 2023 conseguimos, através da implementação de uma rigorosa política de contenção de custos, potencializada pelo empenho das nossas pessoas, reduzir o impacto negativo ao nível da rentabilidade”, refere José Soares de Pina, CEO da Altri.
O EBITDA cifrou-se em 137,3 milhões de euros, enquanto a margem EBITDA foi de 17,4%, mas perspetiva-se uma melhoria da rentabilidade no arranque de 2024 fruto da recuperação da procura, dos preços mais elevados e da redução de custos.
Produção acima de um milhão de toneladas
“Perante este contexto desafiante, o Grupo Altri conseguiu manter um elevado nível de produção nas suas três unidades em Portugal, a Biotek, a Caima e a Celbi, superando o milhão de toneladas de fibras celulósicas”, acrescenta o CEO da Altri. A produção de fibras celulósicas atingiu as 1.061 mil toneladas em 2023.
Ao nível das vendas, essencialmente para o exterior, estas “ficaram praticamente em linha com as registadas no ano anterior, mas realizadas a valores inferiores reflexo de uma rápida evolução negativa dos preços das fibras”, sublinha. As vendas a ascenderam a 1.081 mil toneladas, com as receitas a cifrarem-se em 788,2 milhões de euros.
Mais investimento sustentável
O Grupo Altri prosseguiu com a sua estratégia de crescimento sustentável. Neste sentido, o investimento superou os 60 milhões de euros, com 31,7 milhões investidos na nova caldeira de biomassa, que permitiu à Caima passar a ser a primeira unidade industrial de fibras celulósicas da Península Ibérica, e uma das primeiras da Europa, a operar 100% livre de combustíveis fósseis.
Continua também a trabalhar para reunir todas as condições para a tomada da decisão final de investimento relativamente ao projeto Gama, na Galiza, tendo em curso vários projetos de diversificação nas várias unidades produtivas em Portugal.